Há indicação para uso rotineiro de anti-helmínticos para crianças?

| 4 agosto 2008 | ID: sofs-128
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

Em áreas endêmicas o tratamento em massa com dose única de mebendazol ou albendazol para todas as crianças em idade escolar a cada 4 meses tem sido usado em alguns países em desenvolvimento. Isto serve para duas funções: tratar as crianças e reduzir a carga de vermes na comunidade. Além disso, terapia comunitária em massa tem demonstrado redução na carga de ascaris e pequena redução na transmissão, entretanto há um efeito maior sobre a gravidade da infecção do que na prevalência geral de verminose. Essa abordagem tem-se mostrado custo-efetiva. Devido às reinfecções ocorrerem tão frequentemente, intervalos curtos entre tratamentos têm-se mostrado preferíveis. (Grau B)
Num estudo realizado com escolares em Zanzibar o uso de mebendazol em dose única 3 vezes no ano diminuiu em 97% a intensidade da infecção por ascaris se comparado com os controles e o uso 2 vezes no ano diminuiu em 63%, também comparado com os controles que não utilizaram mebendazol. (Grau B)
O uso profilático (pacientes assintomáticos) de metronidazol não foi estudado.
Para as crianças que não estão em idade escolar deve-se proceder o tratamento somente com diagnóstico confirmado ou mediante suspeita clínica.


Para menores de dois anos com diagnóstico confirmado ou com suspeita clínica pode-se utilizar os seguintes fármacos:

Não estão indicados para menores de 2 anos:

As medidas individuais para profilaxia e controle das parasitoses intestinais são:

As medidas comunitárias são:

 

Bibliografia Selecionada:

  1. Leder K, Weller PF. Ascariasis [Internet]. Whaltham, MA: UpToDate; 2009 [cited 2009 Jul 20]. Disponível em:
    http://www.uptodate.com/patients/content/topic.do?topicKey=~iDoii0Z9j4ufu6D
  2. Weller PF. Anthelminthic therapies. [Internet]. Whaltham, MA: UpToDate; 2009 [cited 2009 Jul 20]. Disponível em:
    http://www.uptodate.com/patients/content/topic.do?topicKey=~wTlWKH7LDLHBh1&selectedTitle=21~45&source=search_result
  3. Costa-Macedo LM, Machado-Silva JR, Rodrigues-Silva R, Oliveira LM, Vianna MSR. Enteroparasitoses em pré-escolares de comunidades favelizadas da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad saúde pública. 1998 Out-Dez;14(4):851-5. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1998000400027&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
  4. DeCarli GA, Tasca T, Machado ARL. Parasitoses Intestinais. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliane ERJ. Condutas de atenção primárias baseadas em evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2004. p. 1465-75.